Nossa vida sempre será recheada de incertezas e dúvidas, principalmente quando relacionado ao propósito, mas o que realmente significa essa palavra? Por quê é tão difícil encontrá-lo?
Por diversas vezes essa pergunta já esteve presente em minha vida, tanto na minha própria mente, quanto vindo dos meus clientes de coaching e a grande verdade é que a resposta para essa pergunta estará sempre nos rondando e fugindo, se não soubermos olhar para algo muito além da palavra “propósito”.
Assim como num jogo de tabuleiro, a busca pelo propósito consiste em se manter em movimento por um objetivo, por mais que você não saiba quantos números aparecerão nos dados e em qual casa você irá cair. O que mais importa no fim das contas é entender a razão pela qual se está ali e usar todas as suas peças, forças e estratégias por algo que você entende como destino.
Diferente dos jogos, na nossa vida não é sempre que temos um tabuleiro com um objetivo tão bem definido ao final dele. Essa falta de clareza sobre a razão pela qual estamos seguindo aqueles passos é o que mais incomoda e é aí que começam as fugas e frustrações da busca pelo propósito.
O foco se perde, geramos uma obsessão acerca de desvendar o propósito, atrapalhando nossas bússolas internas, que ficam confusas e descalibradas, sem saber para onde ir. Além disso, buscamos pelo destino final sem antes ter questionado quais são nossas forças, estratégias e peças para entrar no jogo.
Toda essa confusão acaba nos afastando do que realmente importa e ela é muito comum, uma vez que a maioria de nós não foi educado e orientado para, antes de questionar o destino final, olhar para dentro, entender como funcionamos e de que forma iremos direcionar nossas escolhas.
O autoconhecimento é a peça principal desse jogo todo, pois, quanto mais nos conhecemos, mais calibramos nossa bússola interna, mais entendemos a razão das nossas escolhas, mais conhecemos nossas forças e traçamos estratégias mais condizentes com o que esperamos que aconteça na nossa vida.
Ainda pensando em jogos, o autoconhecimento funciona como uma enigmática e engraçada brincadeira de “tá quente, tá frio” e ele passa a se desenvolver quando damos ouvidos a esses sentimentos.
Desde um “quente” no coração quando aquela decisão é algo que satisfaz nossa identidade, nosso verdadeiro eu, até aquele “quente” de raiva por ver algo que não suportamos acontecer. Ou desde um “frio”, que é quase como um soco no estômago quando deixamos algo passar, até o “frio” na barriga de algo importante que está para acontecer. Buscar e investigar a razão pelas quais essas coisas acontecem nos leva, cada vez mais, de encontro ao entendimento do propósito.
O que acreditamos sobre a vida e o que valorizamos como pessoa são os dois influenciadores e direcionadores da nossa identidade e das nossas escolhas, em todos os momentos.
Esse conjunto de crenças e valores muda de acordo com os acontecimentos das nossas vidas, ou seja: estaremos sempre nos redescobrindo e com isso, reavaliando nosso destino, nossos objetivos, nossa missão.
Então não existe propósito? Essa busca não terá fim? Existe sim, mas temo dizer que sempre estaremos buscando por mais. E para descobrir e redescobrir esse propósito é imprescindível que se olhe para dentro, entendendo quais são as maiores forças, habilidades, gostos, vontades e talentos que darão as primeiras pistas do caminho até ele.
Tão importante quanto entender as forças, é não ignorar as fraquezas e armadilhas que podem surgir e saber aproveitar as oportunidades que a vida dá, por mais que elas não sejam sempre totalmente boas, afinal, o aprendizado também ajuda a guiar.
Quando temos todas essas informações dentro de uma mochila e decidimos entrar na estrada escura e nunca explorada do “rumo ao propósito”, entendemos que o ele não é o ponto final.
Vemos que ele é, na verdade, a voz que nos sopra aos ouvidos para se colocar no ponto de partida. É o que nos faz encher a mochila e se colocar na tal da estrada escura, determinados, de mãos dadas com o medo.
Ele é a inquietude que nos faz questionar se aquela é mesmo a direção, se devemos ir pela esquerda ou pela direita e entender se “tá quente, tá frio”. E ele é, por fim, a lanterna que ilumina, de pouquinho em pouquinho, todo o trajeto de encontro àquilo (ou a mais uma das várias coisas) que viemos fazer no mundo.
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