Esse foi o título de uma notícia de 2012, que só li na semana passada.
Sim, eu sei. É antiga e sensacionalista, mas não acho que a ideia de um universitário ver a graduação como um peso enorme seja tão velha assim.
No primeiro momento eu até ri, por ser tão absurdo.
Só achei notícias vagas sobre o caso, então não sei o real contexto da menina e tudo mais, mas, cara, isso é meio pesado, né?
Fiquei pensando: “a que ponto chega uma pessoa que está fazendo algo só por fazer” e aí comecei a conectar fatos sobres os universitários (muitos) com quem já tive e tenho contato, o que leio sobre eles por aí e os posts que eles fazem sobre a vida na faculdade.
Sei que rola um lance de imediatismo e muito corpo mole tanto na geração Y, quanto na que veio depois, mas também tá rolando muito engajamento e realização entre eles, quando estão realmente envolvidos com o que estão fazendo.
Eu tenho um contato muito próximo com universitários e vejo isso com meus próprios olhos nos eventos que eles organizam e nos projetos que criam, desenvolvem e implementam. Coisa funcional de verdade, de “gente grande”!
Claro que a maioria deles quer correr do TCC, mas até aí, um negócio desse? Sem falar no tanto de universitários depressivos, que cometem outros tipos de “loucuras”, só que com a própria vida.
Gente (universitários), tá na hora de tirar o peso das coisas e repensar as escolhas! A procrastinação constante, a falta de vontade de participar das atividades e de se desenvolver nos assuntos da sua graduação são sinais claros que precisam ser analisados.
O seu corpo, a sua mente e a sua rotina estão dando sinais pra ajudar, o que falta é percepção. Nem sempre é só preguiça, pode ser uma falta de identificação e quanto antes você se questionar sobre isso e buscar ajuda, melhor!
Não tem problema mudar de ideia, começar de novo. Isso só envolve algumas responsabilidades com as quais vocês terão que arcar e que podem ser bem mais satisfatórias do que empurrar anos de curso e TCC com a barriga, pra se tornar um profissional ranzinza e ruim, além de uma pessoa infeliz.
Gente (sistema educacional), esse modelo precisa ser repensado urgente, pelo amor de Mérlim. Ele vem de séculos passados, da revolução industrial, quando “tudo” o que as pessoas aprendiam era a obedecer uma figura de autoridade, dizendo o que eles, mecanicamente, deveriam fazer.
Sem pensar, sem questionar, sem flexibilidade. (Ops. Parece que continuam querendo o mesmo, não é mesmo?)
Tanta coisa já evoluiu e o sistema educacional continua lá, jurássico. E eu não to falando que as escolas têm que ter lousas interativas motherfucker plus e sim que, infelizmente, os educadores nem são valorizados e nem sempre têm espaço para poder abrir a cabeça, atualizar métodos, ensinar e orientar de verdade. (Educadores, podem me corrigir. Essa é apenas a minha percepção leiga.)
Orientar sobre as possibilidades, sobre não bloquear suas capacidades, criatividade e talentos, sobre escolhas de carreira, sobre capacitação profissional, sobre como procurar emprego. E para os alunos que conseguirem chegar ao ensino superior, não direcionar só pra vida acadêmica.
Gente (mercado de trabalho e empresas), é importante começar a dar uma chance também aos que escolhem modelos de educação não tradicionais. Não estou dizendo que as pessoas já capacitadas e que ja têm uma faculdade não devem ser valorizadas ou que o que fizeram foi inútil.
O que quero dizer é que nem todo mundo tem a oportunidade de fazer um curso superior e que nem todo mundo que tem um diploma nas mãos é melhor do que alguém que não tem, em determinadas funções que não exigem uma formação técnica avançada.
Algumas habilidades podem ter sido desenvolvidas ao longo da vida, seja por aprenderem com alguém que se capacitou antes, seja por fazerem cursos livres ou por terem um talento mesmo, ué. Além disso, haja curso internet, workshop, projeto social, ONG e Google pra esse povo se desenvolver e se informar, no caso dos que, felizmente, tiveram a oportunidade e o privilégio de ter tido esse tipo de acesso e informação.
Sendo assim, invistam nos processos de recrutamento e seleção, depositando mais tempo e técnicas pra que esses sejam mais humanizados, envolvam muito mais uma análise de competências, perfil e valores pessoais, do que só pela formação. Algumas empresas já fazem e estão tendo resultados positivos.
E eu queria muito que essas coisas fossem tratadas e compartilhadas na escola, na faculdade, dentro de casa, na vida. Quem sabe assim, ideias como “fingir sequestro” seriam absurdas pra todo mundo e o número de pessoas com transtornos como depressão e ansiedade diminuiriam.